31 de agosto de 2007

Na caaaaara!!


Disse Prysthon:

"http://patagoniaufpe.blogspot.com Ensaios, resenhas e comentários sobre cultura contemporânea, comunicação, multiculturalismo e pós-modernidades em geral... Alunos de Comunicação Comparada, primeiro semestre de 2007."

Disse o infeliz:

"Preferia o outro título, Angela. Decaiu a criatividade."

Disse Prysthon:

" 'What's in a name? That which we call a rose
By any other name would smell as sweet.'
[O que há num nome? Aquilo a que chamamos rosa
Com outro nome qualquer teria um perfume tão doce quanto.]"
Shakespeare, Romeu e Julieta, segundo ato.

Shailon desabafa


Ai vovó, ele é frango...

"Tá vendo só, vovó? Eu disse à senhora que a minha macumba era poderosa mesmo, encomendei um trabalho praquele miserável daquele urso de uma figa cinza e ele dormiu virado pro lado errado, nem olhou pra minha mulher, digo logo que é um otário mas também ele ficou com medo de mim de longe porque eu sim sou muito macho e ninguém vai me sacanear assim não. Pergunta a ele se ele caça lagartixa feito eu, duvido ele conseguir pegar uma só aquele menino de prédio criado com vó (eu também sou mas mesmo assim eu sou um garoto atlético e sarado, não fiquei afrescalhado não vovó) que tem medo até de barata; eu sou muito mais eu, esse menino lindão e cheiroso. Aposto que Lulu vai sentir a minha falta e vir correndo pra mim quando voltar, também eu vou dar um jeito nisso vou ficar o dia todo sem nem falar com ela pra ela aprender o que é bom porque um marido como eu ela não encontra em esquina nenhuma não mesmo porque eu sou o pai de todos os 20 filhos dela, até daquele amarelinho que não é do urso de pelúcia de jeito nenhum e isso é bom pra vovô entender que não tem que meter a pexeira em mim não porque se ele quiser fazer isso comigo eu vou morder bem muito.

Vou predar de novo."

falou e disse Shailon Svidrigáilov...

Fonemas e incongruências

A sonoridade de qualquer dessas tantas línguas
Não me envolve de maneira nenhuma
Como o perfume que passa suave em direção
A mim; músicas houve e haverá sempre
Aquelas de agudos acordes e duros fonemas
Que nem em sonho eu irei entender. Teu doce
Perfume vem, sem interrupções, me beijar;
De música que mesmo surdo eu ouviria ele
É feito, acordes troantes da nossa pulsação
Harmônica, filarmônica...
Fonemas incongruentes acordam cordiais
No meu peito, ao teu lado.

Às metades

Retalhou-o às metades, dispôs ambos os pedaços ao alcance das suas mãos; trouxe a carne mole, tingida de um roxo sanguinolento que escorria para a frente e deslizou-lhe a lâmina fria por entre o tecido, cortou um pedaço ao que se seguiu um esguicho flácido... O nojo daquela imundície nauseabunda o fez usar luvas porcas de plástico transparente, só o suficiente para que não lhe manchasse as mãos pequenas. Sacou ao todo oito cortes naquela primeira metade e juntou as partezinhas, meteu-as num saco e sutilmente lavou da faca o caldo peguento, da mesma maneira procedeu com o outro lado. Enfiou tudo junto no saco, cortado como estava para que fosse mais fácil guardar aquilo na geladeira; torceria para que ninguém encontrasse tudo ali. Afastou as coisas e escondeu o estoque no fundo de onde deveriam ficar as verduras.
No dia seguinte tirou toda aquela massa do frio; serviu-se nesse dia fígado com arroz, feijão preto, purê de batata e suco de manga.

28 de agosto de 2007

Tem como não amar alguém assim???


Sabe,eu tou postando aqui de inxirida que sou... mas é que depois que tu me contou que quando tu era assim,criancinha, as pessoas diziam:Brunico,gordico que entala no penico, eu pensei que tu deve ter sofrido ... , ou não ... mas o fato é que eu sequelaria se me chamassem de entala no penico.. eu sei que tu é um fofinho que entala no penico mesmo... huhuhu e que eu amo muito.
Imagina que eu hoje vejo essa foto de brunico, e reconheço essa criança em cada gesto delicado que eu me esforço muito pra conseguir.. delicadeza e sutileza não são teu forete... ou são??? Se bem que eu te chamo de grosso, digo que tu é ogro, mas tu chega e me surpreende com uma poesia. Eu falo : Bruno ,mastiga de boca fechaaaaaaaadda! e tu chega e me dá um abraço, ... eu te digo que tu me aperreia, me estressa, que tu só faz me endoidar e tirar minha paciência , e tu olha pra mim e me acolhe, pq sabe que eu tou mesmo é estressada....
No fundo , a grossa sou eu, a chata sou eu , e tu é que me olha com toda a sutileza e delicadeza do mundo, tu é quem faz as poesias mais lindas pra me ver sorrir ou chorar de felicidade quando eu as leio...
Depois de toda demonstração do teu amor por mim.. depois de tantos meses que eu passei esperando por teu olhar ,teu cuidado... eu sei que hoje eu afirmo com mais convicção do que há 1 ano e maio atrás,quando ainda era platônico...
Me diz, tem como não amar alguém assim???


Shailon desabafa

Ai vovó, eu levei gaia...


"E a senhora é a culpada, ficou mancomunada com Lulu pra levar ela pra casa do urso e me colocar gaia em mim com aquele cachorro invejoso que não é cinza bonito assim feito eu. Nem adianta me comprar dando pedaço de pão e torrada porque eu não sou nada barato, minha dignidade vale muito. Eu quero um prato de sopa, senão o que vai ser de mim? Vão falar na rua que aquela negra me deixou pra ir pra casa de um qualquer cinzento só porque ele mora num apartamento caro... E olha que eu sou um marido exemplar que nunca traí ela exceto por aquela vez com aquela menina ali da rua de trás, mas também foi porque ela tava precisando porque nunca ficou grávida e a mãe dela pediu eu não ia recusar né, vovó? E depois ainda vem querer minha ajuda pra caçar rato, eu não, tô de greve até a senhora trazer ela de volta.

Vou predar"

falou e disse Shailon Svidrigáilov...

Vila da Fábrica

Peixe costumava me trazer aqui... Quando eu era pequeno nesse rio vinham mulheres pra lavar roupa, com umas bacias enormes de grandes cheias de sabão e trouxas carregadas pelo braço. De tardezinha quando a gente chegava, peixe enconstava o carro, a Parati depois o Escort e íamos andando uns três minutos pra ver o rio; a correntezazinha de nada que levantava uma espuma clara bem besta e as pedras lisas do rio logo ali na minha frente. Ele não deixava eu entrar no rio porque tinha doença (eu nem sabia dizer esquistossomose com cinco anos...) mas eu ficava todo bestão olhando a água passando. Vir aqui de novo contigo, meu amor, me fez voltar a algumas coisas que eu nem lembrava mais. Como quando a gente subia a ladeira do lado da gruta da santa pra ir tomar sorvete na casa de dois andares e eu voltava cansado, querendo ir pra casa de carro. O carro ficava lá embaixo e Peixe queria que a gente fosse a pé, porque a gente aproveitava mais o passeio. A ladeira que termina naquelas casas bonitas de tanto tempo, como se ainda estivessem lá os chefes da fábrica com os jardins grandes que passavam das casas e vinham bater na rua dando sombra; em poucos passos era uma vez a igreja, bem diferente dessas que a gente vê em Olinda, quase triangular, uma igreja pós-moderna, eu diria se não soubesse que ela é um pouquinho velha. Depos da igreja tem as casinhas da vila, onde devem ter morado os pobres que trabalhavam lá na fábrica; um dia também devem ter sidos todas iguais as casinhas que de tão mexidas eu nem reconheço mais... Andar por aqui foi realmente um achado. Cada coisinha dessas que eu vejo me deixa um pouco mais jovem meu amor. Bonito mesmo é o vento daqui de cima batendo devagar no teu cabelo.
Sabe, cada passo ali, no meinho da Vila da Fábrica da minha infância foi uma pontada forte na memória como se tudo que tinha ficado marcado, meio perdido estivesse pronto pra voltar. Tua mão junto com a minha ali me deu uma segurança que eu há bem muito não sabia como era; na prática eu senti uma alegria infantil de poder dizer o que foi cada lugarzinho daqueles, ao menos pra mim. E da mesma maneira como o rio que eu vi de pequeno e do qual hoje só sobrou uma tubulação de esgoto, eu sei que tanta coisa na minha vida ainda vai passar e vai esmaecer devagarinho... É muito bom saber que o quer que vá lembrar, o que quer que me seja um dia passado vai ser algo que eu vou contar pra ti, o que eu tenho na minha vida de eterno. Tudo que fica na minha cabeça fica porque eu sei que, no futuro, tu estará comigo pra nós relembrarmos nosso tempo de jovens.

dein Brunico...